Extensão

UPF como um espaço de acolhimento e respeito à diversidade

28/06/2022 13:30

Por: Assessoria de Imprensa      Fotos: Caroline Lima

Complexa e permeada por preconceito em diferentes esferas sociais, a realidade vivenciada pelo público LGBTQIA+ no Brasil torna a população vulnerável e apresenta um conjunto de demandas que vão além da área da saúde e necessitam de ações de caráter interdisciplinar. O dia 28 de junho é considerado o Dia Internacional do Orgulho LGBT e tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade igualitária e livre de preconceitos. Sempre atenta às questões sociais e a essa realidade, a Universidade de Passo Fundo (UPF) abre espaços para diálogo, acolhimento e respeito à diversidade dentro da Instituição, por meio de projetos e ações que integram os pilares do ensino, pesquisa e extensão.

No ambiente acadêmico, um destes espaços é o projeto de extensão "Diversidades: visibilidade e garantia de direitos”, que integra vários cursos de graduação, pós-graduação e o ensino médio. A coordenadora do projeto, professora Dra. Luciana Grolli Ardenghi, afirma que ações estão estruturadas em duas frentes: o eixo educacional, focado em atividades realizadas em diferentes espaços sociais, como a UPF, escolas, empresas e mídias da região, com foco na superação dos preconceitos. Já o segundo eixo atende as demandas psicossociais, socioeducativas e jurídicas da população LGBTQIA+ e é constituído por atividades de atenção à saúde realizadas na Clínica de Fonoaudiologia e Psicologia da UPF, com o atendimento à população no processo de confirmação vocal e no apoio psicossocial.

A coordenadora diz que as ações iniciaram na frente clínica a partir de demandas da população, no entanto, perceberam que era preciso agir de outras formas simultaneamente. “As pessoas se queixavam da própria voz, mas, às vezes, a voz estava adequada, o problema era o preconceito das pessoas, então sentimos a necessidade de atuar para tentar mudar o preconceito que vem de fora, pois às vezes a pessoa já está de bem com ela mesma, mas quer mudar mais ainda para agradar os outros”, afirma a professora.

Ações que ajudam a multiplicar o tema dentro da Universidade

A professora do curso de Serviço Social, Dra. Cristina Fioreze, destaca que as ações do projeto contribuem para multiplicar o tema dentro da Universidade. “Acredito que mais do que uma contribuição para as pessoas trans, que procuram atendimento fonoterápico, o maior ganho do projeto é interno, no sentido de que a gente movimenta o tema dentro da Universidade, realiza oficinas e prepara os futuros profissionais para lidar com esse tema”, destaca.

Acadêmica do 5º semestre do curso de Fonoaudiologia, Daiane Chagas é bolsista de extensão do projeto. “É na extensão que a gente vê o que a comunidade precisa e entende que cada pessoa tem uma demanda e um ponto de vista diferente. O Diversidades vem muito para ensinar e mostrar que a gente pode educar as outras pessoas para que elas sejam melhores no dia a dia e não ajam com preconceito. Ele traz conhecimentos e a oportunidade de vivenciar essa situação de perto. Diante disso, a gente se torna um profissional muito melhor. É um trabalho imprescindível”, afirma a acadêmica.

A estudante do Integrado UPF, Eduarda Araldi Tumelero está no 3º ano do ensino médio e integra o projeto de extensão Diversidades como bolsista Paidex Júnior. Para ela, ter essas vivências permite entender e conviver com experiências dos acadêmicos da graduação, além de obter conhecimentos que ajudam no dia a dia dela. “Ter essas vivências faz uma total diferença no meu conhecimento e na minha visão de mundo e isso, no ensino médio, consigo colocar em uma redação, debater em uma aula de filosofia, sociologia, levo para a vida e, como pretendo seguir área da saúde, na Fonoaudiologia, ter esse contato com todo mundo me ajuda a futuramente atender a população, a ter conhecimento e, principalmente, respeitando todo mundo da melhor forma”, destaca a estudante.

Por meio do perfil do projeto no Instagram @diversidades.upf a população que tem alguma demanda na área pode entrar em contato e solicitar atendimento de forma on-line. Os espaços do projeto estão espalhados por toda a Universidade, mas os atendimentos da clínica ocorrem no prédio do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), no Campus I da UPF.

Defesa e proteção da população LGBTQIA+

Além do Diversidades, o programa de extensão Projur Mulher e Diversidade ajuda a cumprir com o papel da Universidade de educar e incluir. O Projur desenvolve atividades para a população LGBTQIA+, meninas e mulheres em situação de violência, bem como seus filhos.

O atendimento é realizado de forma gratuita nas comarcas de Passo Fundo, Casca, Soledade e Sarandi em duas frentes principais: prevenção à violência nos fundamentos dos direitos humanos, igualdade de gênero e liberdade sexual e no acompanhamento jurídico-processual para as situações onde existe violação de direitos. Para a coordenadora do projeto, professora Dra. Josiane Petry Faria, os desafios são diários, mas é preciso agir. "Ao longo dos anos o Projur Mulher e Diversidade tem buscado se transformar e se adaptar as demandas da sociedade. Ainda temos um longo caminho pela frente e sabemos que os desafios são grandes para o público LGBTQIA+. Nosso maior compromisso, atualmente, está em buscar uma aproximação maior, fazer com que se sintam acolhidos pelo Projeto, que sintam que aqui podem ser ouvidos e terem ser direitos protegidos e defendidos", destaca.

Para solicitar atendimento, o Projur Mulher e Diversidade disponibiliza diversas formas de contato. Pelo Instagram @projurmulherediversidadepf, telefone (54) 3316-8576, WhatsApp (54) 99202-5145 ou e-mail projurmulher@upf.br.